quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tabela Planetária


Sol: Fama, fortuna, brilho pessoal, sucesso, prosperidade, amizade e amor. Relações com pessoas que ocupam posição de destaque. É uma hora indicada para pedir favores e protecção.
Representa o domingo, este dia é ideal para todo o trabalho de magia associado à saúde, ao dinheiro, à prosperidade e ao sucesso. Para a cura; expandir a consciência; reforçar as características positivas da personalidade; atrair boas energias para o futuro; realçar a auto-estima e a auto-confiança; ter mais autoridade, segurança, equilíbrio, novas ideias e sucesso; afirma-se profissionalmente.
Lua: Vidência, sensibilidade, sonhos, viagens, coisas ocultas, mudanças e elevação espiritual. A hora da Lua é óptima para fazer viagens e mudanças definitivas, estipular comissões e para fazer as pessoas mudarem de opinião. Não se deve firmar contratos nesta hora pois serão contractos passageiros.
Representa a segunda-feira, é ideal para todo o tipo de trabalho de magia que envolve cura, intuição, sonhos, desenvolvimento psíquico, assuntos relacionados à mulher e à fertilidade, além de questões emocionais e mentais. Também é um bom dia para viagens, principalmente por água. Para estimular sentimentos de família, maternidade e protecção; aumentar a popularidade, intuição e espiritualidade; abrir os canais do inconsciente por meio dos sonhos.
Marte: Lutas, batalhas judiciais, conquistas, coragem, força, ousadia e aumento de energia. Empreendimentos ousados. Maior incidência de acidentes, disputas e desentendimentos. Favorece os impulsos. Não se deve fazer novas amizades durante esta hora. Representa a terça-feira, é um dia propício para a acção, o investimento positivo e a energia criativa. É o dia ideal para se trabalhar na solução de conflitos, na resolução de problemas familiares ou de relacionamentos, em assuntos que envolvam cirurgias e em questões de autoridade, justiça.
Para concretizar um objectivo seja qual for a área; estimular a criatividade e a praticidade; ter coragem, fibra e ímpeto para dar início a projectos pessoais.
Mercúrio: Assuntos da mente, viagens, resolução de enigmas, estudos e projectos, indicado para estudos místicos e fabricação de medalhas talismânicas, assuntos financeiros, mudanças de casa. É uma hora favorável para a redacção de cartas, estudos e teorias. Momento óptimo para comprar livros e desenvolver trabalhos com impressoras. Óptima hora para chegar a uma conclusão. Representa a quarta-feira, é ideal para cuidar de todos os assuntos relativos à comunicação, a viagens, ao estudo e ao crescimento pessoal. Para desenvolver a espiritualidade e acreditar na força da fé; ter sucesso nos estudos; aumentar o carisma e a auto-estima; estimular o raciocínio, a espontaneidade, a criatividade e a expressão de ideias.
Júpiter: Novos negócios, assuntos financeiros, novos projectos e empresas, promoções, indicado para cerimonias que invocam as forças superiores e para as cerimonias simbólicas. Novos empreendimentos. Toda a espécie de assuntos financeiros e é uma boa hora para resolver questões legais e religiosas. Todas as coisas de valor, sejam de carácter objectivo ou subjectivo, podem ser tratadas nesta hora. Representa a quinta-feira, é ideal para questões que envolvam sorte, empregos, dinheiro e valores, assuntos legais e ligados ao estrangeiro. Para ter fartura, prosperidade, bom humor, jovialidade, a protecção do anjo da guarda, conforto, elevação da espiritualidade, clareza de visão, percepção do futuro; para transmitir conhecimento, ensinar; definir metas.
Vénus: Amor, afeição, uniões, casamentos, pedidos relativos ao amor e amizade, indicado para cerimonias que invocam as forças superiores, tratamentos físicos. Hora para diversão, canto, música, dança, vestuário e luxo. Momento para comprar roupas, perfumes e qualquer artigo do género. Favorece o amor e os estudos das artes. Existe perigo de extravagância. Representa a sexta-feira, ideal para encantamentos relacionados a questões de relacionamentos, à harmonia, à amizade, ao casamento e à criatividade. Para pedir mais harmonia, paz, alegria, amor, união em todos os sectores da vida; ter facilidade em expressar a afectividade e se integrar com os outros; para atrair pessoas e o ser amado; para incrementar a sensualidade, a beleza e os relacionamentos.
Saturno: Rege tudo o que for de natureza durável e responsável, compras de casa ou terrenos, construções e coisas a longo prazo, meditação. Oferece determinação, prudência e maturidade. Governa a Terra. Influencia os estudos avançados e assuntos imobiliários. Hora positiva para lidar com pessoas idosas. Representa o sábado, é ideal para a eliminação de obstáculos, de limitações ou de problemas relacionados a mal-entendidos, heranças, propriedades, terras, transmutação de carma. Para pedir justiça, compreensão de superiores, dignidade, honra, disciplina, estabilidade; a conservação de bens materiais, a realização pessoal, a abertura da mente e a satisfação das necessidades.


Domingo: SOL


Horas do dia Horas da noite

7 Horas: Sol 19 horas: Júpiter $
8 Horas: Vénus 20 horas: Marte $
9 Horas: Mercúrio 21 horas: Sol
10 Horas: Lua 22 horas: Vénus
11 Horas: Saturno – 23 horas: Mercúrio
12 Horas: Júpiter $ 24 horas: Lua
13 Horas: Marte $ 1 hora: Saturno –
14 Horas: Sol 2 horas: Júpiter $
15 Horas: Vénus 3 horas: Marte $
16 Horas: Mercúrio 4 horas: Sol
17 Horas: Lua 5 horas: Vénus
18 Horas: Saturno – 6 horas: Mercúrio




Segunda-feira: LUA

Horas do dia Horas da noite

7 Horas: Lua 19 horas: Vénus
8 Horas: Saturno – 20 horas: Mercúrio
9 Horas: Júpiter $ 21 horas: Lua
10 Horas: Marte – 22 horas: Saturno –11 Horas: Sol 23 horas: Júpiter $
12 Horas: Vénus 24 horas: Marte –
13 Horas: Mercúrio 1 hora: Sol
14 Horas: Lua 2 horas: Vénus
15 Horas: Saturno – 3 horas: Mercúrio
16 Horas: Júpiter $ 4 horas: Lua
17 Horas: Marte – 5 horas: Saturno –
18 Horas: Sol 6 horas: Júpiter $

Terça-feira: MARTE
Horas do dia Horas da noite

7 Horas: Marte 19 horas: Saturno –
8 Horas: Sol $ 20 horas: Júpiter
9 Horas: Vénus – 21 horas: Marte
10 Horas: Mercúrio $ 22 horas: Sol $
11 Horas: Lua – 23 horas: Vénus –
12 Horas: Saturno – 24 horas: Mercúrio $
13 Horas: Júpiter 1 hora: Lua –
14 Horas: Marte 2 horas: Saturno –15 Horas: Sol $ 3 horas: Júpiter
16 Horas: Vénus – 4 horas: Marte
17 Horas: Mercúrio $ 5 horas: Sol $
18 Horas: Lua – 6 horas: Vénus –

Quarta-feira: MERCÙRIO

Horas do dia Horas da noite

7 Horas: Mercúrio 19 horas: Sol
8 Horas: Lua 20 horas: Vénus
9 Horas: Saturno # 21 horas: Mercúrio
10 Horas: Júpiter – 22 horas: Lua
11 Horas: Marte $ 23 horas: Saturno #
12 Horas: Sol 24 horas: Júpiter –
13 Horas: Vénus 1 hora: Marte $
14 Horas: Mercúrio 2 horas: Sol
15 Horas: Lua 3 horas: Vénus
16 Horas: Saturno # 4 horas: Mercúrio
17 Horas: Júpiter – 5 horas: Lua
18 Horas: Marte $ 6 horas: Saturno #

Quinta-feira: JÚPITER
Horas do dia Horas da noite

7 Horas: Júpiter 19 horas: Lua $
8 Horas: Marte 20 horas: Saturno #
9 Horas: Sol $ 21 horas: Júpiter
10 Horas: Vénus # 22 horas: Marte
11 Horas: Mercúrio – 23 horas: Sol $
12 Horas: Lua $ 24 horas: Vénus #
13 Horas: Saturno # 1 hora: Mercúrio –
14 Horas: Júpiter 2 horas: Lua $
15 Horas: Marte 3 horas: Saturno #
16 Horas: Sol $ 4 horas: Júpiter
17 Horas: Vénus # 5 horas: Marte
18 Horas: Mercúrio – 6 horas: Sol $


Sexta-feira: VENUS

Horas do dia Horas da noite

7 Horas: Vénus 19 horas: Marte –
8 Horas: Mercúrio 20 horas: Sol
9 Horas: Lua # 21 horas: Vénus
10 Horas: Saturno 22 horas: Mercúrio
11 Horas: Júpiter # 23 horas: Lua #
12 Horas: Marte – 24 horas: Saturno
13 Horas: Sol 1 hora: Júpiter #
14 Horas: Vénus 2 horas: Marte –
15 Horas: Mercúrio 3 horas: Sol
16 Horas: Lua # 4 horas: Vénus
17 Horas: Saturno 5 horas: Mercúrio
18 Horas: Júpiter # 6 horas: Lua #

SABADO: SATURNO
Horas do dia Horas da noite

7 Horas: Saturno 19 horas: Mercúrio #
8 Horas: Júpiter # 20 horas: Lua –
9 Horas: Marte – 21 horas: Saturno
10 Horas: Sol – 22 horas: Júpiter #
11 Horas: Vénus 23 horas: Marte –
12 Horas: Mercúrio # 24 horas: Sol –13 Horas: Lua – 1 hora: Vénus
14 Horas: Saturno 2 horas: Mercúrio #
15 Horas: Júpiter # 3 horas: Lua –
16 Horas: Marte – 4 horas: Saturno
17 Horas: Sol – 5 horas: Júpiter #
18 Horas: Vénus 6 horas: Marte –


Planetas que não se dão:
Sol +Saturno: provoca oposição.
Lua+Saturno: provoca indiferença.
Lua+Marte: produz versatilidade.
Mercúrio+Júpiter: provoca o desprezo dos outros.
Vénus+Marte: provoca a zombaria.
Marte+Saturno: provoca a oposição.

Planetas que se dão muito bem:
Sol+Marte: luta pela vida.
Sol+Júpiter: possibilidade de honras.
Lua+Júpiter: beneficia a riqueza.
Marte+Mercúrio: beneficia o comércio.
Mercúrio+Saturno: beneficia a inteligência.
Vénus+Lua: beneficia o casamento.
Vénus+Júpiter: beneficia a procriação.
Saturno+Júpiter: beneficia a sabedoria.


DOMINGO: SOLSEGUNDA-FEIRA: LUATERÇA-FEIRA: MARTE
QUARTA-FEIRA: MERCÚRIO
QUINTA-FEIRA: JÚPITER 
SEXTA-FEIRA: VÊNUSSABADO: SATURNO 

FASES DA LUA:

LUA CHEIA: Magia de Amor e Prosperidade para as mulheres, pois para os homens é uma Lua de meditação e relaxamento. Quando você deseja que algo se confirme. Perfeita para qualquer actividade mágica, sobretudo para Magias de Amor, Paixão e Poder.
ATENÇÃO: os pedidos para a Lua Cheia só funcionam nos 3 primeiros dias da fase pois, depois disso, ela já começa a minguar.
LUA CRESCENTE: Magia de Prosperidade e Amor. Para dar continuidade aos seus projectos. Ideal para Magias de prosperidade e crescimento espiritual.
LUA MINGUANTE: Magia para eliminar energias indesejáveis. Ideal para meditação e Magia contemplativa. Época propícia para ritualizar. Os términos, expulsar energias negativas e encerrar etapas. Para se livrar de algo que não lhe faz bem.
LUA NOVA: Meditações e relaxamento, Lua de descanso para as mulheres e Lua de poder para os homens. Perfeita para rituais em que o pedido preza um começo, como um emprego novo, um novo (a) namorado (a) ou uma mudança em sua vida. Tempo de reflexão, conhecida como Lilith, a Lua Negra.

pagina para curtir: https://www.facebook.com/EspiritualidadesEmGeral 

sábado, 22 de dezembro de 2012

Quartinhas de Barro


Quartinha é um pequeno pote, geralmente de barro, no qual de deposita água sagrada, água purificada ao Orixá e fica ao lado do assentamento do Orixá. O barro da quartinha, assim como nosso corpo, "transpira" e por isso que as quartinhas devem ser sempre de barro pois elas permitem que a água do seu interior evapore, mas deve-se ter um cuidado constante para que a quartinha não seque por completo, pois ela representa um ser vivo e o cuidado que temos com o Orixá.

Na África, todas as eram confeccionadas em barro, as escravas, quando em solo brasileiro, se encantaram, com as porcelanas das sinhazinhas e começaram a utilizar a porcelana, nos assentamentos dos Orixás femininos, porém as quartinhas de porcelana, louça, latão, metal, fazem com que a água fique estagnada o tempo todo e não evapore. Com o passar dos séculos, tradicionalmente ficou estipulado que os Orixás masculinos, possuiriam quartinhas de barro e os Orixás femininos, assim como Oxalá, tanto Oxalufan, como Oxaguiã, poderiam usarem quartinhas de porcelana.

A quartinha representa a respiração da divindade, então quando a divindade necessita dessa respiração, há o ciclo de evaporação da água através dos poros do barro. Aos Orixás masculinos são oferecidos quartinhas de barro sem alça, aos Orixás femininos são oferecidos quartinhas normalmente de louça ou mesmo de barro com alça. 

As quartinhas também são chamadas de Busanguê, Eni, Amoré e outros, dependendo da nação. Colocar quartinha de louça aos pés da divindade, não é uma prática do Candomblé antigo, porque na África não se produz louça. Todos os utensílios ligados ao culto das divindades são feitos na sua maioria de barro e quando não são feitos de barro, é usado terracota ou argila.

 

fonte: http://mariabessem.blogspot.com.br/2012/07/quartinhas-de-barro.html

BANHO DE ABÔ



Dentro das nações de Candomblé existem vários ebós que se destinam à limpeza do corpo e do espírito de um ser vivo. Eles servem para desmanchar tudo de ruim que existe nesse ser, desde o negativo de seu odú, até mesmo, trabalhos de magia negra que foram realizados contra ela.

Dentro desses ebós, existe como complemento, o banho de abô. Esse é preparado com varias ervas que são maceradas em água limpa, e seu processo é complexo: começamos com a escolha do dia em que vamos até a mata para recolhermos as ervas que deverão ser utilizadas na preparação desse banho.

Após a escolha do dia, tanto o zelador como as pessoas que vão lhe auxiliar, devem se resguardar por um período de três dias, sem sexo, bebida alcoólica ou qualquer outro elemento que “suje” seu corpo.

Na véspera de se ir à mata para recolher as ervas, deve-se preparar os presentes para Ossanha a fim de que o mesmo nos permita retirar as Insabas sagradas. No dia seguinte antes do sol esquentar, as pessoas saem do barracão vestidas de branco, e sem conversar nada pertinente ao mundo, adentram na mata para recolherem as ervas que servirão para preparar o banho, que podem variar de caso para caso.

Após recolherem as ervas, as pessoas voltam para o barracão e deixam as Insabas descansarem por um período de no mínimo seis horas para somente depois começarem a preparar o banho. Todo esse processo é restrito às pessoas devidamente preparadas e com tempo de feitura suficiente para se saber como se prepara o abô.

O banho de abô deve ser condicionado em um pote de barro, denominado porrão, também sagrado para os rituais de Candomblé seja ele de qualquer nação.

Após seu preparo o omin eró tem a função de limpar o corpo das pessoas e, no caso de iniciação é ele que vai trazer o Orixá para a terra. Nunca devemos usar esse banho com outra finalidade que não seja a de limpeza, pois seus fundamentos são muito grandes, e após tomarmos esse banho, nem mesmo caboclo ou outra entidade de Umbanda se incorpora em seu médium.

O banho de abô tem muita utilidade dentro do axé orixá, e casa nenhuma deve ficar sem o mesmo, pois sua força é muito grande e, ele tem a força para repelir qualquer aproximação inferior.

Espíritos errôneos jamais se aproximam de uma pessoa que toma esse banho, pois sua essência aproxima de forma direta o Orixá da pessoa e este jamais compactua com espíritos inferiores.

PORQUE O BODE PARA EXÚ, É ESPECIAL

Este Iton nos lembra que tudo que fazemos dentro de nosso culto tem um porque, nada pode ser tirado da cartola como um passe de mágica, portanto lembrem-se que qualquer ebò (oferenda) tem uma finalidade e ninguém pode em nome de Deus tentar ocupar o lugar de Deus e ditar normas. Da Ilha.

Foi à deslealdade do bode que o tornou vítima sacrificial para Exu. Mais importante, todavia, o bode tornou-se a principal oferenda para ele por causa de um débito como Rei da Morte. Irosun- Irete revela como o filho de um Ọdu de Ọrúnmilá chamado Imoton ou “sabe-tudo” aborreceu o Rei da Morte. Para testar o quanto de sabedoria ele realmente tinha, como seu nome indicava, o Rei da Morte deu-lhe um bode para criar para ele, ordenando-lhe que ele trouxesse, anualmente, os filhotes que ele gerasse. Enquanto isso Ọrúnmilá tinha pensado em comprar uma cabra para viver com o bode. Exu alertou-o que esta abordagem não seria aceitável pelo Rei da Morte. Èşu disse a Ọrúnmilá que lhe desse o bode para comer e que ele saberia o que fazer quando chegasse à hora.
Quatro anos mais tarde, o Rei da Morte mandou uma mensagem ao filho de Ọrúnmilá para que lhe trouxesse o bode e suas crias. Nesse momento, Exu pediu que lhe comprasse outro bode que ele também matou e comeu, deixando um de seus membros e a cabeça. Ele usou a para marcar pegadas no chão, simulando o movimento de uma grande quantidade de bodes. Exu também preparou cordas
supostamente usadas para amarrar uma quantidade grande de bodes. Exu em seguida acompanhou Ọrúnmilá para responder ao enigma do rei da Morte. Chegando lá, Exu explicou que quando eles vinham vindos com as crias ao lado do bode, um grupo de bandidos armados os atacou, roubando o bode e seus filhotes. Para substanciar a história, Exu mostrou ao Rei da Morte as cordas usadas para amarrar todos os bodes. Acrescentou que eles tinham matado o bode Original e por isso lhe tinham trazido a cabeça e a pata.
O Rei da Morte então se voltou para Exu dizendo que ele teria de pagar pelo bode perpetuamente.
Exu por sua vez, reuniu as duzentas divindades e disse-lhes que daquela data em diante, se elas quisessem paz e prosperidade deveria sempre lhe oferecer bodes para que ele resgatasse seu débito como Rei da Morte. Esse é o bode que todos nós pagamos a Exu até hoje. Até onde este autor pode verificar, todas as divindades conhecidas recomendam a seus seguidores oferecer, periodicamente, sacrifício de bodes a Exu.

PÓ DE PEMBA



Foto: PÓ DE PEMBA


A Pemba é objecto permanente nos rituais africanos mais antigos que se conhece. Fabricada com o pó extraído dos Montes Brancos KABANDA e água do Rio Divino U SIL, é empregue em quase todos os ritos e cerimonias, festas, reuniões ou solenidades africanas.

Nas tribos de Bacongo e Congos, é usada a Pemba sob todos os pretextos quando é declarada a guerra – Os chefes esfregam o corpo todo com Pemba para vencer os inimigos; por ocasião dos casamentos – os noivos são esfregados pelos padrinhos com a Pemba para que sejam felizes; o negociante que quer conseguir um bom negócio esfrega um pouco de Pemba nas mãos; em questões de amor então, é bem grande a influência da Pemba, usando-a as jovens como se fosse o pó de arroz, porque dizem trazer felicidade no amor e atrair aquele a quem se deseja.

Contam as Lendas das Tribos Africanas o seguinte sobre a Pemba.

M. Pemba era o nome de uma gentil filha do Soba Li-u-Thab. Poderoso dono de grande região e exercendo a sua autoridade sobre um grande número de tribos. M. Pemba estava destinada a ser conservada virgem para ser oferecida às divindades da tribo, acontece porém que um audaz jovem estrangeiro, conseguiu penetrar nos sertões da África, e enamorou-se perdidamente de M. Pemba. M. Pemba por sua vez, correspondeu fervorosamente a este amor e durante algum tempo gozaram as delícias que estão reservadas aos que se amam.

Porém, não há bem que sempre dure, e o Soba poderoso foi sabedor deste amor e então, numa noite de Luar mandou degolar o jovem estrangeiro e também que lançassem o seu corpo no Rio Sagrado U SIL, para que os crocodilos o devorassem.

Não se pode descrever o desespero de M. Pemba, que como prova da sua dor esfregava todas as manhãs o seu corpo e rosto com o pó extraído dos Montes Brancos Kabanda e à noite, para que seu pai não soubesse dessa sua demonstração de pesar pela morte de seu amante, lavava-se nas margens do rio divino. Assim fez durante algum tempo, porém, um dia as pessoas de sua tribo que sabiam desta paixão e que assistiam ao seu banho, viram com assombro que ela se elevava no espaço ficando em seu lugar uma grande quantidade de massa branca lembrando um tubo.

Apavorados, correram a contar ao Soba o que viram, e este, desesperado quis mandar degolar todos, porém, como eles tinham passado o pó deixado por ela no rio, nas suas mãos e corpo, notaram que a cólera do Soba se esvaía tornando-se bom, e não castigando os seus servos.

Começou a correr a fama das qualidades milagrosas da massa deixada por M. Pemba e, com o nome simples de Pemba, esta atravessou muitas gerações, chegando até aos nossos dias, prestando grandes benefícios àqueles que dela se têm utilizado.A Pemba é objecto permanente nos rituais africanos mais antigos que se conhece. Fabricada com o pó extraído dos Montes Brancos KABANDA e água do Rio Divino U SIL, é empregue em quase todos os ritos e cerimonias, festas, reuniões ou solenidades africanas.

Nas tribos de Bacongo e Congos, é usada a Pemba sob todos os pretextos quando é declarada a guerra – Os chefes esfregam o corpo todo com Pemba para vencer os inimigos; por ocasião dos casamentos – os noivos são esfregados pelos padrinhos com a Pemba para que sejam felizes; o negociante que quer conseguir um bom negócio esfrega um pouco de Pemba nas mãos; em questões de amor então, é bem grande a influência da Pemba, usando-a as jovens como se fosse o pó de arroz, porque dizem trazer felicidade no amor e atrair aquele a quem se deseja.

Contam as Lendas das Tribos Africanas o seguinte sobre a Pemba.

M. Pemba era o nome de uma gentil filha do Soba Li-u-Thab. Poderoso dono de grande região e exercendo a sua autoridade sobre um grande número de tribos. M. Pemba estava destinada a ser conservada virgem para ser oferecida às divindades da tribo, acontece porém que um audaz jovem estrangeiro, conseguiu penetrar nos sertões da África, e enamorou-se perdidamente de M. Pemba. M. Pemba por sua vez, correspondeu fervorosamente a este amor e durante algum tempo gozaram as delícias que estão reservadas aos que se amam.

Porém, não há bem que sempre dure, e o Soba poderoso foi sabedor deste amor e então, numa noite de Luar mandou degolar o jovem estrangeiro e também que lançassem o seu corpo no Rio Sagrado U SIL, para que os crocodilos o devorassem.

Não se pode descrever o desespero de M. Pemba, que como prova da sua dor esfregava todas as manhãs o seu corpo e rosto com o pó extraído dos Montes Brancos Kabanda e à noite, para que seu pai não soubesse dessa sua demonstração de pesar pela morte de seu amante, lavava-se nas margens do rio divino. Assim fez durante algum tempo, porém, um dia as pessoas de sua tribo que sabiam desta paixão e que assistiam ao seu banho, viram com assombro que ela se elevava no espaço ficando em seu lugar uma grande quantidade de massa branca lembrando um tubo.

Apavorados, correram a contar ao Soba o que viram, e este, desesperado quis mandar degolar todos, porém, como eles tinham passado o pó deixado por ela no rio, nas suas mãos e corpo, notaram que a cólera do Soba se esvaía tornando-se bom, e não castigando os seus servos.

Começou a correr a fama das qualidades milagrosas da massa deixada por M. Pemba e, com o nome simples de Pemba, esta atravessou muitas gerações, chegando até aos nossos dias, prestando grandes benefícios àqueles que dela se têm utilizado.

ACAÇÁ






 

As definições mais elementares do acaçá (àkàsà) é de uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvido, ainda quente, em folhas de bananeiras. A definição é correta, mas extremante superficial, pois o acaçá é de longe a comida mais importante do candomblé. Seu preparo é forma de utilização nos rituais e oferenda. Envolvem preceitos e regulamentos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados.
Todos os orixás, de Exu a Oxalá, recebem acaçá. Todas as cerimônias, do ebó mais simples as sacrifícios de animais, levam acaçá. Em rituais de iniciação, de passagens fúnebres e tudo o mais que ocorra em uma casa de candomblé só acontece com a presença do acaçá. A vida e a morte no candomblé se processam à partir desta oferenda fundamental, sem a qual nenhum homem seria poupado dos dissabores e percalços do destino. Quando recorremos á história dos orixás, percebemos o grande mal que a humanidade todas as vezes que se afasta do poder divino, representada, nesse caso, pelo poderoso Orun, a morada de todas as divindades, e pelo supremo, senhor do Destino dos Homens. Olodumaré, também conhecido como Olorum (Zambi).
Só existe uma oferenda capaz de restituir o axé e desenvolver a paz e a prosperidade na Terra, ela é justamente o acaçá. Mas o que faz de uma comida aparentemente tão simples a maior das oferendas aos orixás?

Será que todos sabem o que realmente é um acaçá?
Façamos então uma classificação dos elementos que compõem o acaçá para chegarmos à derradeira conclusão. Primeiramente, é preciso esclarecer que a pasta branca à base de farinha de milho (que fica alguns dias de molho e depois passada pelo pilão ou moinho) chama-se na verdade eco (èko). Depois de coxear, uma porção da pasta ainda quente, é envolvida em um pedaço de folha de bananeira para enrijecer (na África é utilizada outra folha, chamada èpàpo), tornando-se, agora sim, um acaçá. (Hoje em dia nós temos a facilidade de encontrar o milho vermelho moído que é o fubá vermelho e o milho branco que é o fubá branco, mais existem sacerdotes que ainda utilizam o ritual de antigamente).
Percebe-se a fundamental importância da folha de bananeira, uma vez que o eco só passa a ser acaçá quando envolvido em uma folha verde que lhe atribui existência individualizada, pois passa a ser uma porção desprendida da massa, assim como e emi, que dá vida aos seres, é, na verdade, uma parte da atmosfera, ou do próprio Olorum, que todos ser leva dentro de si, o sopro da vida, o ar que respiramos.
Portanto, o acaçá é um corpo, o símbolo de um ser. A única oferenda que restituí a redistribui o axé.
É importante insistir que o que faz do acaçá um corpo único, eminente representação de um ser, é a folha, seu poderoso invólucro verde, que lhe confere individualidade e força vital diante do poderoso orun, os orixás e do grande Deus Oludumaré.
Somente a água é tão importante quanto o acaçá, pois não existem substitutos para nenhum dos dois, que são, a exemplo do obi, elementos indispensáveis em qualquer ritual. Ambos configuram-se como símbolo da vida, e é justamente para afastar a morte do caminho das pessoas, para que o sacrifício não seja o homem, que são oferecidos.
O acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida. E por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-se a comida e predileção de todos os orixás.
Fato é que quem não faz um bom acaçá não é um bom conhecedor do candomblé, pois as regras e diretrizes da religião nunca foram ditadas pela intuição. “Constituem grandes fundamentos cristalizados” ao longo de anos e anos de tradição. Aos incautos vale afirmar que candomblé não é intuição, mas fundamento sim, e fundamentos se aprende.
Fundamento é o segredo compartilhado, o detalhe que faz a diferença e a prova de que ninguém pode enganar o orixá.
O acaçá deve permanecer fechado, imaculado até o momento de ser entregue ao orixá. Só então é retirado da folha. É como se o sagrado tivesse de ficar oculto até a hora da oferenda, prova de que o segredo é quase sempre um elemento consagrado. E o segredo do acaçá é enrolar na folha de bananeira, é o que mantém um terreiro de candomblé de pé. Não existe acaçá que não seja enrolado na folha de bananeira..
Entretanto, a imprudência vigora em muitos terreiros e não raras vezes se ouve falar de novas iguarias apresentadas como acaçá. Os mais comuns são os acaçá de pia e de forma. No primeiro caso a massa de ecó, mais grossa, é colocada às colheradas sobre o mármore das pias, onde os bolinhos esfriam antes de serem utilizados nos ritos. Na segunda receita a massa é espalhada em uma forma e posteriormente cortada em quadradinhos. Este é um procedimento incorreto e condenável, e as pessoas que agem assim então fadadas ao insucesso e não podem ser consideradas pessoas de axé.
Não há candomblé sem acaçá, nem acaçá sem folha. A religião dos orixás não admite modificações na essência na essência, e esta comida é essencial, portanto, inviolável. Primeiro vem o acaçá antes dele só a vida. Logo, a folha de bananeira guarda uma vida. Deixar a massa do acaçá exposto é o mesmo que deixar a vida vulnerável. Eis o grande fundamento.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O ACARAJÉ DE ÓYA

O acarajé dos Yorubás da África Ocidental que deu origem ao brasileiro é por sua vez semelhante ao Falafel árabe inventado no Oriente Médio Yansan é Orixá dos ventos e das tempestades, Senhora dos raios e dona da alma dos mortos. A ela são oferecidos os bolinhos feitos de feijão fradinho e fritos no azeite de dendê, o acarajé. Segundo a lenda, a deusa dos ventos, mulher de Xangô, foi a casa de Ifá, buscar um preparado para seu marido. Ifá entregou o encantamento e recomendou que quando Xangô comesse fosse falar para o povo. Yansan desconfiou e provou o alimento antes de entregá-lo ao marido. Nada aconteceu. Quando chegou em casa entregou o preparado ao marido, lembrando o que Ifá dissera. Xangô comeu e quando foi falar ao povo, começaram a sair labaredas de fogo da sua boca. Yansan ficou aflita e correu para ajudar o marido gritando Kawô Kabiesilé. Foi então que as labaredas começaram a sair da sua boca também.

Diante do ocorrido o povo começou a saudá-los: Obá anlá Òyó até babá Inà, ou seja, Grande Rei de Oyó, Pai do Fogo. Essa história explica o nome do acarajé, que vem do yorubá akárà (bola de fogo) e jè (comer).
O escritor Manuel Querino em A arte culinária na Bahia, de 1916, conta, na primeira descrição sobre o acarajé, que “no início, o feijão fradinho era ralado na pedra, de 50 cm de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 cm de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz”.

O acarajé dos Yorubás da África Ocidental (Togo, Benin, Nigéria, Camarões) que deu origem ao brasileiro é por sua vez semelhante ao Falafel árabe inventado no Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África nas diversas incursões entre os séculos VII a XIX. As favas secas e grão de bico do Falafel foram alternados pelo feijão-fradinho na África.

Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo. O acarajé oferecido ao Orixá Yansan é ornado com nove ou sete camarões defumados, simbolizando “mensan orum” nove Planetas. O acará de Xangô tem uma forma ovalar imitando o cágado que é seu animal preferido. O acarajé também é um prato típico da culinária baiana e um dos principais produtos vendidos no tabuleiro da baiana e são mais carregados no tempero e mais saborosos, diferentes de quando feitos para o Orixá.

A forma de preparo é praticamente a mesma, a diferença está no modo de ser servido: ele pode ser cortado ao meio e recheado com vatapá, caruru, camarão refogado, pimenta e salada de tomates verde e vermelho com coentro. Há uma certa similaridade do acarajé com o abará. A diferença está na maneira de cozer. O acarajé é frito, ao passo que o abará é cozido no vapor.

SOBRE O DENDÊ

Nas cerimônias dedicadas a Oxalá o azeite de dendê (epô) é rigorosamente proibido. Apesar de ser um agente tranquilizador, o dendê tem fortes relações com o fogo e com os Orixás ligados à guerra, como Ogun, Xangô e Oyá. Oxalá nada tem a ver com guerras e fogo!
Da mesma forma é uma das preferências de Exu.
O mito lembra que o grande Pai é todo untado de dendê por Exu, e fica preso e muito sujo nas prisões do reino de Xangô, durante 7 anos. Deste momento em diante o azeite de dendê, que tingiu todos os brancos e alvos ornamentos de Oxalá de amarelo, passa a ser um de seus interditos.
Uma importante citação é cantada em uma de suas cantigas:

Epo kété ó, àla telè ó
Epo kété ó, àla telè ó
Evite o azeite de dendê e pisar no Alá.

Interpretação: Na vida (representada pelo Alá) não tinja sua reputação com atitudes imorais (representadas pelas manchas do dendê).

DE ONDE VEM É COMO PODE SER UTILIZADO


Produzido a partir do fruto da palmeira conhecida como dendezeiro é originário da Costa Ocidental da África, mais precisamente do Golfo da Guiné, sendo encontrado desde Senegal até Angola. O dendezeiro é conhecido também como palmeira de óleo africana, aavora, palma de guiné, palmeira dendém, coqueiro de dendê e demdem (em Angola). Chega a 15 m de altura, seus frutos são de cor alaranjada e a semente ocupa totalmente o fruto.

As primeiras sementes de dendezeiro foram trazidas para o Brasil há mais de 3 séculos pelos escravos africanos e se adaptaram bem ao clima tropical. Câmara Cascudo afirma que “como era costume na África, rara seria a iguaria negra sem a participação do azeite de dendê”, assim, juntamente com outras iguarias importantes como as bananas, os quiabos, os inhames, o coco e as especiarias como a erva doce, o gergelim e algumas pimentas, veio o dendê, tornando-se indispensável na culinária afro-brasileira.

O óleo de dendê é fonte natural de vitamina E e é riquíssimo em vitamina A. Tem 21 vezes mais vitamina A que a laranja, 400 vezes mais que o tomate e 14 vezes mais que a cenoura, por isso é tão vermelho. Quando o azeite é aquecido a vitamina A é destruída e o óleo fica branco. O rendimento do dendê é muito grande, produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco. Faz muito bem à saúde, afirmam os especialistas. Da amêndoa de seu fruto se extrai um óleo usado em cosmética, na fabricação de chocolate substituindo a manteiga de cacau e ainda é utilizado na indústria de maioneses e margarinas.

No Candomblé a palmeira de dendê é uma árvore Sagrada, seu óleo é muito utilizado nas Comidas de Orixás e o coquinho é usado em um dos Oráculos de Ifá.

Na Umbanda representa a SABEDORIA ANCESTRAL trazida pelos negros da África. Representa FORÇA, ENERGIA , VIDA , SABOR e FEITIÇO. O azeite dendê tem a característica de “erva quente”, ou seja, tem energia agressiva , ativa e quando aquecido torna-se mais agitado, portanto precisa ser usado com critério.

Utilizamos o óleo de dendê nas oferendas, principalmente para a Esquerda, com a função de desagregar qualquer tipo de carga ou energia negativa. Com os coquinhos de dendê pode-se fazer guias que, após serem imantadas e consagradas pelos baianos, boiadeiros e até pelos caboclos, se tornarão fantásticos instrumentos de trabalho e de proteção, pois são símbolos da Sabedoria trazida dos negros africanos.

AJAKÁ, O MEIO IRMÃO DE SANGÓ

O Aláàfin de Oyó, o Obá Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacífico, apático e não realizava um bom governo. 

Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso, mesmo rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico, se aclamou como Obá Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso, e com isso manteve seu titulo de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o terceiro Aláàfin de Oyó.

Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade menor, Igboho,vizinha de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de Oyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinado vai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta chama-se Ade Bayánni (ver foto). Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.

Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó e se refugia na terra natal de sua mãe, em Tapa. Após um tempo, suicida-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto de Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó.

Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yorubas e após seu reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos. Vimos : "De Ifé até Oyó, de Odùduwà a Aganju, passando por Sàngó."

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

OS FUNDAMENTOS DOS ORIXÁS

Origens

No período da escravidão, os escravistas eram interessados exclusivamente na força de trabalho do africano, mas nos porões dos navios negreiros, além de músculos, vinham ideias, sentimentos, tradições, mentalidades, hábitos alimentares, rituais, canções, crenças religiosas, formas de ver a vida, e o que é mais incrível, o africano levava tudo dentro de sua alma, pois não lhe era permitido carregar seus pertences.

Da Nigéria e do Benin vieram as principais raízes dos cultos afro-brasileiros, o Candomblé da Bahia, o Xangô de Pernambuco, o Tambor de Mina do Maranhão e o Batuque do Rio Grande do Sul, os quais possuem fortes vínculos de origem com as crenças religiosas dos povos de língua iorubá e fon.

Em Ouida, onde ficava um dos grandes portos de embarque de escravos, os negros percorriam um caminho de cinco quilômetros da cidade até o porto. Neste percurso todo escravo que era embarcado, eram obrigados a dar voltas em torno de uma árvore. A árvore do esquecimento.

Os escravos homens deviam dar nove voltas em torno dela. As mulheres sete voltas. Depois disso supunha-se que os escravos perdiam a memória e esqueciam seu passado, suas origens e sua identidade cultural, para se tornarem seres sem nenhuma vontade de reagir ou se rebelar.


Mas, o escravo não esquecia nada, porque quando chegou aqui recriou suas divindades. Conseguiu refazer tudo aquilo que ficou para traz. Hoje, nos diversos estados brasileiros se tem verdadeiras ilhas de África, pois se mantém muito vivas as tradições religiosas iorubá e jêje. Devido à multiplicidade nas origens, a estruturação e a prática dos rituais tomaram formas diferentes em cada região do país.

No Batuque do Rio Grande do Sul, também, os religiosos pertencem a nações diversas, portanto, possuem tradições diferentes. Todavia, a influência da nação Ijexá é grande no conjunto dos rituais africanos executados nos terreiros de origem Jêje, Oyó e Cabinda.


Orixás
Orixás, regentes do mundo terrestre com várias definições a seu respeito, mas em princípio os Orixás são divindades intermediárias entre o Deus Supremo, Olorum, e o mundo terrestre. Foram encarregados de administrar a criação e a continuidade da vida na terra.

Os Orixás se comunicam com os seres humanos através de vistosos e complexos rituais. As estórias de cada um são conhecidas através das rezas (cânticos), suas comidas, no ritmo de seus toques, nas suas cores e seu domínio em determinadas forças da natureza.

Os Orixás estão subordinados a um Deus Supremo chamado Olorum ou Olodumare, mas não há nenhum culto ou altar dirigido diretamente à ele, o contato é feito através dos Orixás, seus intermediários.

Nossa tradição guarda o axé (força) de cada Orixá em um Okutá (pedra) que é colocada em uma vasilha junto a outras “ferramentas”, que ficam sob a guarda do babalorixá ou Yalorixá; mas a força maior está solta na natureza, apenas parte dela, simbolicamente fica no Okutá.

Nas cerimônias para convocar os Orixás, tradicionalmente, é através de cantos acompanhados com o toque dos tambores, com ritmos identificados para cada divindade.

As cerimônias são diversas, são ofertados presentes, comidas diferentes para cada um e sacrifícios que envolvem animais de quatro pés e aves; tirando a parte dos Orixás toda carne é consumida pelos participantes e membros da comunidade. Aos orixás rogam-se proteção, saúde, paz, em fim, pedidos específicos às necessidades de cada um em particular.


Os Orixás intercedem de acordo com o domínio que cada um exerce sua influência no aspecto da vida, como por exemplo, Bará para abrir os caminhos, Xangô para justiça, Oxum para fertilidade e assim por diante.

É magnífico poder escrever sobre a religião africana, mas há rituais muito particulares, nos quais alguns praticantes, não estão se preocupando em guardar o segredo, alguns estão colocando em público, rituais que os antigos levariam anos, até passarem para aqueles que mostravam sigilo absoluto, e que guardariam para confidenciar apenas aos seguidores de merecimento. Todas as religiões importantes do mundo doutrinam e ensinam, mas os maiores segredos um mestre só passa para outro mestre.

Existem aspectos cerimoniais que regulam o relacionamento dos serem humanos com as divindades. As regras são muitas, numa espécie de quebra cabeças, com começo, meio e fim, montado com interpretações simbólicas dos mitos que envolvem os orixás, e constituem uma grande rede interligada de deveres e direitos, obrigações e possibilidades, extremamente complexa e cheia de nuanças, inclusive possibilitando diversas variações que só quem é do meio pode saber e executar. A forma organizada na África deve ser perpetuada. Não temos o direito de mudar algo estabelecido a séculos, mesmo que queiram rotular nossos rituais de primitivos e ultrapassados, temos que procurar manter a força espiritual que envolve nossa religião, esta poderosa raiz deixada por nossos ancestrais.

Um caminho que nos faz ter contato com os orixás é através da incorporação; este é o processo pelo qual a entidade se manifesta em seu filho(a) que passou pelos mais diversos rituais de iniciação. Contudo há casos de incorporação de não iniciados. É possível uma pessoa estar assistindo um ritual pela primeira vez e se identificar com as forças espirituais energéticas referentes ao seu orixá, e ter esta manifestação espontânea.


Na maior parte, a manifestação dos orixás acontece em dias de festas. No batuque, nestas ocasiões, podemos falar; pedir auxílio, consultar, abraçar e ser abraçado por eles; em fim pode-se ter um contato direto com os orixás. Uma característica específica que diferencia o batuque das demais religiões afro-brasileiras é o fato do iniciado não saber, em hipótese alguma, que é incorporado pelo orixá. Esta peculiaridade provém de longínquas aldeias do interior da África, e faz parte dos rituais desde o início da estruturação da religião no Estado do Rio Grande do Sul a mais de duzentos anos.

Outro caminho que nos leva aos Orixás são os Búzios. A cerimônia do jogo dos Búzios é o instrumento usado no dia a dia para consulta aos Orixás. Através dele podemos receber orientações, conselhos e advertências.

Os Orixás cultuados no Batuque do Rio Grande do Sul são: Bará, Ogum, Oyá ou Iansã, Xangô, Ibêji, Odé, Otim, Obá, Ossãe, Xapanã, Oxum, Yemanjá e Oxalá.

BARA
Mensageiro divino, guardião dos templos, casas e cidades. É o dono de todas as portas, de todas as chaves e de todos os caminhos. É reverenciado em primeiro lugar em todos os terreiros de nação africana. Recebe suas oferendas nas encruzilhadas.

Se estiver atrapalhado, sem emprego, sem rumo, ou deseja realizar qualquer tipo de negócio se apegue com este Orixá, o Bará pode te dar a solução.

Não existe nenhum terreiro de tradição africana que não tenha o assentamento do Bará. Ele é o princípio e o fim de tudo, até após a morte de um iniciado na religião, o primeiro a receber ritual é o Bará.

Bará em Yorubá quer dizer força; se for bem tratado reage favoravelmente em prol de quem lhe oferendou. Olorum concedeu ao Bará o privilégio de receber as oferendas em primeiro lugar. Sem ele nossas orações não seriam ouvidas por nenhum outro Orixá, nem mesmo no orum.

O dia da semana consagrado ao Bará é a segunda-feira, sua cor principal é o vermelho.

Os Barás cultuados no Batuque do Rio Grande do Sul são:

BARÁ LODÊ: Exu Lodê tem seu assentamento feito do lado de fora do templo. Divide sua morada com Ogum Avagãn. É o Orixá que mantém a estrutura do templo; a sustentação dos terreiros depende do Bará Lodê.

BARÁ ADAGUE: Recebe suas oferendas nas encruzilhadas; seu assentamento é feito dentro do templo; é um dos mais requisitados, pois faz a frente de Ogum, Oyá, Xangô, Odé, Otim, Obá, Ossãe e Xapanã.

BARÁ LANÃ: Trabalha nos cruzeiros (encruzilhadas). Tem as mesmas atribuições do Bará Adague. Responde também nos cruzeiros de mato.

BARÁ AJELÚ: Este é o exu que faz a frente dos Orixás de água, Oxum, Yemanjá e Oxalá.

Além do epô (azeite de dendê) usa-se mel nas suas oferendas.

Ogum
Ogum é uma antiga divindade yorubá, senhor da guerra e do ferro; privilegiado com o dom de dominar os metais. Foi um dos primeiros Orixás a descer para a terra e encontrar habitação adequada para os humanos no futuro. Trabalhava dia e noite em sua forja para servir todos os humanos. Suas mãos hábeis transformaram tudo que foi colocado diante dele. Sua capacidade de criar surpreendeu os outros Orixás. Ogum também é ligado à agricultura, mas no Brasil é mais conhecido com deus dos guerreiros.

Ogum é a figura que se repete em quase todas as formas conhecidas de mitologia universal; é um dos mais cultuados especialmente por ser associado à luta, à conquista; assim como Bará é a figura mais próxima dos seres humanos que o invocam para vencer a constante luta cotidiana na terra.

Ogum, além de ser deus da metalurgia e da tecnologia, é o patrono da força produtiva que retrabalha a natureza, que transforma através do calor e das repetidas batidas um mineral bruto (ferro) no aço laminado e suas manifestações práticas (lança, escudo etc.), aplicadas por extensão, a qualquer transformação que o homem provoca na natureza para deixá-la, produtivamente, à sua disposição.


Ogum é considerado protetor de todos os guerreiros, e sua relação com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, o santo guerreiro católico, associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo yorubá.

Enquanto Xangô julga o certo e o errado depois do fato consumado, Ogum é empreendedor e decidido, é o que faz justiça com as próprias mãos, jamais deixando para outro o que julga ser um problema seu. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo. Quando apaixonado, sua sexualidade é devastadora, que não se contenta em esperar e nem aceita rejeição.

Fora da guerra, é um Orixá da alegria, da diversão, da delícia de viver, especialmente do contato com os amigos e camaradas etc.

No Rio Grande do Sul cultuamos várias qualidades de Ogum, entre eles estão o Ogum Avagãn, que tem seu assentamento junto com o Bará Lodê, e seus otás ficam do lado de fora do templo em uma casa individual; Ogum Onira ou onirê, que seria o rei da cidade de Irê; e Ogum Adiolà, que faz companhia aos Orixás de água, Oxum, Yemanjá e Oxalá.

Todos Babalorixás e Yalorixás têm que ter o assentamento de Ogum em seu terreiro, pois sem ele não poderiam fazer uso do axé de obé (faca) em seus rituais. Suas cores são o vermelho e verde, porém, alguns sacerdotes da antiguidade usavam também o azul marinho em seus fios de contas. O dia de Ogum é quinta-feira, e o sincretismo é com São Jorge.

Oya / Iansã
Oyá é a primeira entidade feminina a surgir nas cerimônias. Esposa de Ogum, largou-o quando se deixou fascinar pelo magnetismo de Xangô. Nesse ponto as lendas se dividem. Algumas atribuem à Iansã uma imensa e terrível paixão por Xangô, sentimento este que se manifesta através de sua eterna presença ao lado dele. Dado o seu caráter extrovertido, Iansã permanecia ao lado de Xangô não só no dia-a-dia cotidiano, mas também nas guerras, nas caçadas e qualquer outra situação. Há diversas lendas a respeito deste triangulo amoroso mais conhecido do batuque, de qualquer forma, a paixão de Ogum por Iansã sobreviveu à separação. De acordo com as diferentes interpretações, tornaram-se inimigos de morte por causa disso. Os duelos entre Ogum e Oyá constituem uma das cerimônias coreográficas mais bonitas dos terreiros brasileiros.

Além de Xangô, Oyá é o único orixá que não teme os Eguns, é a guardiã do reino entre a vida e a morte, é ela quem dá assistência na transição final; ela pode reter o espírito da morte ou chamá-lo adiante, ela é o último suspiro. Oyá rege os cemitérios e os mortos.

Ninguém quer enfrentar Iansã numa batalha por que ela é tão feroz e astuta como qualquer homem, nem um outro Orixá quer lidar com a ira de Oyá. Não há receios à Oyá, exceto Xangô.

Ela é conhecida por sua inteligência, independência, coragem, graça, sensualidade, poder e paixão intensa.
É dito e conhecido que Oyá é muito leal aos seus filhos e perigosa para seus inimigos. Ela pode vir tão suave e fresca como uma brisa de verão ou violenta e cruel como um furacão e causar devastação total em seu mundo.

Olorum deu à Oyá a responsabilidade a responsabilidade de limpar a atmosfera ao redor do planeta e proporcionar o equilíbrio de gases para sustentar toda forma de vida.

Embora Oyá seja forte e guerreira brilhante, ela também é bonita e elegante. Ela gosta do calor da batalha, tanto como Xangô, mas nunca perde sua feminilidade. Seu sincretismo é com Santa Bárbara; seus dias da semana são terça e quinta-feira e suas cores são o vermelho e o branco. 

qualidades de Odé mais cultuadas no candomblé ketu
Akueran é um Odé que quando bem fundamentado, traz muita prosperidade, tanto para a iyawo, quanto para o ile axe.

Dana Dana é um Odé difícil de lidar, e por isso muitos Sacerdotes não gostam de iniciar pessoas deste Orixá.

Isambo caminha com Omolu.

Onikunle é um Odé das montanhas.

Aberunja é um pescador.

Kare tem uma forte ligação com Oxun e toda sua fundamentação caminha nesse sentido.

Inle/Ibualamo, para alguns axés são qualidades diferentes de Odé, para outros são o mesmo Orixá.


ODÉ INLE-Na África, Erinle tinha o seu próprio culto. No Brasil, Erinle foi incorporado ao culto de Oxossi.assim como ibualamo 

SOBRE ODÚ OBARÁ

importante comentário sobre o Odu Obara.

Obará é o Odu onde nasceu a vida humana e espiritual.
É por este Odu que podemos compreender melhor os assentamentos de Orixás.

Obara quer dizer: "rei do corpo"(físico e espiritual).

Um Assentamento só pode ser feito através de um de um ritual, que envolve uma grande variedade de materiais, folhas, rezas, animais... tudo ligado ao fenômeno da natureza que se quer Assentar, ou
seja: tudo ligado ao Orixá que se quer assentar.

O Orixá, vendo e gostando daquilo que está sendo feito no ritual, vai se aproximando e tomando "vida". Ficando aquele assentamento(que representa o "corpo" do Orixá), impregnado com a sua essência.

Portanto, assentar um Orixá é dominar um fenômeno da natureza, para que nos traga benefícios através dos presentes que lhe são ofertados, para que nos traga: equilíbrio, vida longa, prosperidade, felicidade,
filhos, vitórias... Enfim, as coisas boas da vida. 

oxossi não come a cabeça dos bichos
O Ori(cabeça) dos animais de Oxossi são um Ewo, uma interdição desse Orixá.
Oxossi não come a cabeça dos bichos!

Vamos descrever o mito que explica por quê não se oferece o Ori(cabeça) dos bichos à Oxossi.

Comemorando uma caçada vitoriosa, Oxossi deu uma grande festa. Matou um boi e colocou a cabeça na porta do palácio.

Todos os Orixás se faziam presentes na grande festa; Oxum com sua faceirice encantava a todos; Yemanjá com sua elegância, coberta de jóias; Xangô dançava freneticamente ao som dos tambores...

Os bandidos da aldeia vizinha souberam da grande festa dada por Oxossi, e se puseram à espreita, aguardando o momento certo para saquear o palácio.

Avançaram, mas quando chegaram na entrada do Palácio, a cabeça do boi mugiu, avisando a presença dos inimigos, os quais foram imediatamente pegos e mortos, ficando o palácio salvo do saque.

Desse dia em diante, Oxossi exigiu que não se oferecesse cabeças em seus rituais. E em consideração passou a cultuar o boi como um animal sagrado.

Apenas uma qualidade de Oxossi aceita a cabeça do boi. 
Tanto no culto africano, quanto no
candomblé, a palavra tem grande importância e poder.

A cultura Yorubá é realmente fantástica! As palavras, cantadas ou faladas, impulsionam o Axé.


Ressaltamos porém, que Exu é capaz de entender qualquer idioma. Mas devemos reconhecer as pérolas que nos
foram trazidas pelos africanos no idioma Yorubá: orins, adurás, gbadurás, orikis e ofós.


Se entendemos o que estamos cantando, rezando ou falando, fica mais fácil aprender o nosso Culto.

Além de podermos sincronizar melhor o nosso sentimento, e desta forma, impulsionar com mais força o Axé do ritual que está sendo feito.

Assim, com certeza, os bons resultados virão mais rápido. 

yansã-oyá
Yansan é uma Iyagba que dependendo da sua qualidade
irá se ligar a diferentes elementos da natureza.
Apresentando com isto, diferenças marcantes na forma
de Cultuá-la, inclusive em seus toques e danças.

Oya Onira, por exemplo, é um caminho de Oya que come dentro da água. Este é um fundamento muito importante dessa poderosa Iyagba.

Fazer os fundamentos específicos de cada caminho de
Oya é muito importante, para que possamos com segurança atrair toda a sua positividade. Tanto para a Iyawo, como para o Ilê Axé.


O JOGO DE BÚZIOS
Seguindo em frente: a única forma de se comunicar com os Orixás é através de Ifá.

No Brasil o Jogo de Búzios é o mais utilizado pelos Sacerdotes de Orixás do Candomblé, para estabelecer uma espécie de conversa com as Divindades.

Muitos dizem que pelo arquétipo ou através de cálculos matemáticos é possível confirmar o Orixá de uma pessoa.
Mas a única forma de confirmar Orixá é através do Jogo de Búzios, é através de Ifá.

Os arquétipos de Orixás e as características que eles imprimem em seus filhos, foi trazida para o Brasil por Pierre Verger.

Realmente o Orixá imprime sua marca no filho.

Mas o Orixá tem as suas características mudadas, de acordo com o Odu que ele vem.


E aí a coisa se complica e pode levar a um erro. Temos sempre que considerar o Odu que o Orixá vem.

Um mesmo Orixá pode apresentar caracterícas bem diferentes, pelo fato de virem por Odus diferentes.


CULTUANDO O ORIXÁ
Para cultuar um Orixá, uma Energia da Natureza, é preciso saber as rezas, as cantigas, os orôs, os ebós... e os objetos utilizados para o culto daquele Orixá.

Melhor ainda, é saber o significado que cada objeto utilizado representa dentro do culto.

Ha um Mito, até bem conhecido, onde Yansan assume duas formas: uma "humana" e outra "animal". Sendo esta outra forma(animal), um outro Poder de Yansan.

Mas aí, você me diz que não está entendendo. Então, eu vou explicar melhor.

Quando cultuamos um Orixá, tudo é feito com o objetivo de agradar aquele Orixá, para que ele goste do que está sendo feito, para que ele chegue e para que ele retribua
com positividades.

E você diz: mas , e o Mito? O que é que o Mito tem haver com isso?

Vamos lá: são através dos Mitos que conhecemos os feitos e as características de um Orixá, ou seja: são através dos Mitos que conhecemos e entendemos importantes fundamentos de um Orixá.

O Mito a que me referi e que mostra o poder que Yansan tem de se transformar, nos revela um objeto de grande fundamento no Culto de Yansan: os chifres de búfalo.

Os Chifres de Búfalo não podem ou não devem faltar no Culto de Yansan. Os Chifres de Búfalo representam o seu Duplo Poder.