sábado, 11 de maio de 2013

A história de Pai Joaquim de Cambinda


Era o final do século XVII, costa oeste da África, em uma aldeia de Cambinda. Com apenas 5 anos de idade, Pai Joaquim assistiu a aldeia ser invadida pelos escravagistas, que mataram sem piedade todos aqueles que não 'seviam' para o comércio. 
Juntamente com seus pais foi colocado com outros negros no porão de um navio, rumo ao Brasil.
Devido às péssimas condições deste porão, a falta de comida e água potável, muitos desencarnaram na viagem, entre eles, os pais de Pai Joaquim , que foram jogados ao mar, assim como todos aqueles que 'morriam' durante o trajeto.

Chegando ao Brasil, litoral da Bahia, Pai Joaquim foi vendido e levado a uma fazenda de cacau. Além de cacau, plantavam também café e cana de açúcar. Lá chegando, recebeu o nome de Joaquim, mas era chamado mesmo de 'neguinho'.

Embora muito criança ainda, trabalhava juntamente com os outros negros na lavoura, o dia inteiro. Não havia tempo nem vontade para brincadeiras. À noite, cansado da lida, deitava na senzala e deixava o pranto aliviar a saudade que sentia de sua aldeia, seus pais, seus amigos da África. O sono chegava e antes do sol surgir, já estava de pé para mais um dia como todos os outros.

Ainda em Cambinda, seu pai era o curandeiro da aldeia e desde cedo passou a ele o conhecimento que podia absorver sobre as ervas e seu poder de cura. 

Na fazenda, continuou aprendendo com uma negra já velha, que usava as ervas para tratar os escravos.
Intuído por seus guias espirituais, com quem já tinha contato, seguiu pesquisando e descobrindo novas ervas e raízes e como utilizá-las para a saúde de todos.

Quando tinha já 12 anos, a filha mais nova do Sinhô adoeceu gravemente e não havia tempo para buscar um médico. Os brancos já tinham conhecimento de seu poder com as ervas e, embora relutantes, entregaram a Sinhazinha aos seus cuidados. Com o auxílio de seus amigos espirituais, Pai Joaquim restabeleceu a saúde da moça e ganhou a confiança do patrão, sendo sempre requisitado a partir de então, a cuidar da saúde da familia da Casa Grande.

Cresceu e tornou-se um negro forte e saudável, sendo escolhido então para ser um dos negros reprodutores da senzala, ajudando o Sinhô a aumentar seu contingente de escravos. 
Como 'médico' e reprodutor, adquiriu alguns privilégios, como sair da senzala e morar em uma cabana, só para si. Porém, não tinha o direito de ter uma companheira.

MªRedonda (desenho feito pela Débora, 
filha do Cavalho de Pai Joaquim)
Apaixonou-se por uma escrava de dentro, ama de leite dos filhos da Sinhá e que todos os dias ia ao ribeirão lavar a roupa. Era lá que se encontravam às escondidas, até que alguém os denunciou.
A partir de então, ela foi proibida de sair da Casa Grande e, com 28 anos, desencarna por pneumonia. Hoje, ela trabalha em nossa casa, na Falange dos Pretos Velhos, com o nome de Maria Redonda.

Quando já estava com quase 40 anos, Pai Joaquim adotou e criou como filha, uma mulatinha, filha de uma escrava com o Sinhô, que passou a morar com ele e para quem ensinou tudo que sabia sobre as ervas.
Hoje, espírito, se chama Nina e auxilia Pai Joaquim na adminsitração desta casa, intuindo a esposa de seu 'cavalo'.

Pai Joaquim era também o guia espiritual dos escravos, orientando-os sobre as verdades do espírito e passando a eles o conhecimento que recebia de seus guias.
Desencarnou naturalmente, aos 74 anos de idade, e finalmente pôde reencontrar sua companheira, com quem vive até os dias de hoje.


Quando a Umbanda surgiu, no Brasil, Pai Joaquim (após cerca de 30 anos de estudo e preparação), engajou-se à Linha dos Pretos Velhos.
E hoje, ao contar mais uma vez a sua história, revelou que seu 'cavalo' hoje, foi o seu Sinhô, da época da escravidão.

- Ontem eu o servi, hoje ele me serve! - disse ele, finalizando a história.

Saravá, Pai Joaquim de Cambinda!

Saravá a todos os Pretos Velhos!



Fonte: http://casapaijoaquimdecambinda.blogspot.com.br/p/historia-de-pai-joaquim-de-cambinda.html

LENDAS DOS ORIXÁS

Lenda de Oxaguian:

Oxaguian (forma Jovem de Oxalá), filho de Oxalufã, valente e guerreiro, desejava ter um reino a qualquer custo.
Dois reinos vizinhos estavam em guerras, e seus habitantes consultaram os babalaôs sobre o que fazer para conseguir que a paz voltasse a reinar entre os povos.

um dos sacerdotes lhes respondeu que eles deveriam oferecer a Oxaguian, O Orixa da paz que vestia-se de branco como uma pomba, a comida que ele mais apreciava: inhame pilado - conta-se, inclusive, que foi Oxaguian (que significa`comedor de inhame pilado`) quem inventou o pilão, para poder prepará-la. e assim os moradores agiram, após as oferendas terem sido entregues, a paz voltou a reinar entre os dois povos.

Oxaguian, então, tornou-se por todos conhecido, e conseguiu seu reino. ainda hoje são oferecidas grandiosas festas a este Orixá, visando fartura durante o ano todo.


Suas Ervas:

Alecrim de caboclo; alecrim de tabuleiro; alecrim do campo; angélica; araçá; barba de velho; baunilha verdadeira; calistemo; fênico; camélia; camomila marcela; carnaúba; cinco folhas; cipócravos; colonia; cravos da índia; erva de bicho; espirradeira; estoraque brasileiro; eucalipto cidra; eucalipto murta; fava de tonca; fava pichurin; folha da fortuna; funho; girassol; golfo de flor branca; guaco cheiroso; hortelã da horta; jasmim do campo; laranjeira; lírio do brejo; malva cheirosa; malva do campo; mamona; manjericão miúdos; manjerona; mastruço; mil em rama; narciso dos jardins; noz de cola; noz moscada; patchuli; poejo; rosa branca; saião; sálvia; sangue de Cristo; umbu. 


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Ogum:
Este Poderoso Orixá é irmão de Oxossi e de Exu, e conhecido como vencedor de todas as demandas, o Deus Guerreiro das frentes de batalha, vencedor de todas as guerras.
De natureza guerreira, segundo a lenda, Ogum deixou a casa de seu pai Oxalá muito moço para aventurar-se nos campos de batalha,
sentia-se profundamente atraído pelas guerras de seu envolvimento nas grandes batalhas nasceu o Amor, e do amor o Casamento, Ogum casou-se com Iansã a Deusa guerreira.

Não podia ser diferente para ambos a guerra era uma meta, mais desta vez o amor havia dominado suas vidas e este amor foi tão intenso, tão sublime que Ogum passou a habitar a terra entre os homens acredita-se que quando Olorum criou o mundo, deixou tudo como herança para o homem. este não sabia o que fazer com tudo aquilo diante de si, foi então que surgiu Ogum foi ele quem ensinou o homem a fazer ferramentas agrícolas para cuidar da terra em uma época em que o homem estava indefeso diante das feras selvagens.

Ogum ensinou entre outras coisas como fazer armas de guerras devendo se a ele o conhecimento da forja (confecção de instrumentos de metal) para os povos primitivos os utensílios agrícolas tinham igual ou mais valor que armas de guerra.
por tudo isso Ogum consagrou-se como o Orixá da agricultura, da guerra sendo ele o primeiro a confeccionar objetos o mais antigo dos artistas tornou-se o protetor dos artistas plástico.

A mesma mitologia também fala de Gunocô, uma espécie de criado de Ogum, encarregado de guarda no meio das matas as suas armas e ferramentas agricolas.
No Sincretismo Religioso Ogum e representado como São Jorge.
no entanto a uma variação de origem angolana que o sincretiza como Santo Antônio, mais vale lembrar que dentro do ritual são vários os tipos de Ogum vou citar alguns nomes.
Ogum Já, Ogum Vari, Ogum Omenê, Ogum Xoroque, Ogum Megê, Ogum Cariri, Ogum Tambocê, Ogum Jambam Buru, Ogum Icoce, Ogum Cacumbe, Ogum Rose Mucumbe, Ogum Xubará, e outros. 
Seja qual for ele é o Senhor poderoso em que sempre podemos cofiar nos momentos mais difíceis.
Ogunhê pata cori Gesso Gessi. SALVE OGUM.


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Oxossi:
É o Orixa Protetor das matas e das caças.Oxossi dança levando Ofá(arco e flecha), chapéu de couro ou adê com penas.Carrega capanga (bolsa de Couro onde guarda a caça).em seu ritual suas cores são Azul Claro e o verde. no sincretismo religioso, Oxossi é representado por São jorge e São Sebastião.
Em rituias do Candomble, como Angola, Congo e Caboclo, Oxossi, é conhecido pelos seguintes Nomes:
Mutalombo, Tauamin, Mutacalombo, Cobogira.

Uma Lenda:

Segundo a mitologia, Oxossi não nasceu Orixa. seu antigo nome era Odé, e era casado com Oxum.
Odé foi caçar no dia de Ifá era um importante Orixa, que proibia a todos de caçar em seu dia.

Odé não obedece os pedidos de Oxum(sua esposa) e vai para a mata caçar; depois de muito andar encontra uma grande cobra que era Oxumarê.
A cobra canta para Odé:

`Eu não sou bicho de pena para Odé matar`.
Sem atender, Odé a mata, e a corta em pedaços, colocando-a em sua capanga. ainda assim a cobra continua a catar.
Ao chegar em casa Odé prepara a cobra e a come, enquanto Oxum foge.
Ao voltar no dia seguinte Oxum encontra o marido morto, vendo no chão o rastro de cobra voltando para a mata.
Oxum desespera-se e vai chamar Ifá, que por sua Vez considera o fato e faz desaparecer o corpo de Odé.
Após decorridos sete anos Odé surge como Orixa, possuindo o nome de Oxossi.

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Oxum: 

É reconhecidamente a Deusa mais vaidosa do Candomble. dança sempre repleta de rendas finas, anéis, pulseiras, colares, brincos e uma coroa(Adê).Além de ser a Orixa da riqueza e da vaidade, Oxum e a Deusa dos riachos, cachoeiras; é a divindade do Rio Oxum, localizado na Àfrica. È considerada a dividade mais nova da àguas.

Suas cores rituais são o amarelo, dourado e azul claro.

Oxum carrega nas mãos o leque de metal dourado(abebê), arco e flecha(Obé, Ofá).

O arco e flecha que Oxum carrega se deve ao fato de ela ter sido esposa de Oxossi, que é o Orixa da caça. como este a maltratava muito, ela decide morar com Xangô, de quem se tornou a predileta, haja visto que Obá, a primeira esposa de Xangô, encontrava-se velha demais e sem condições de satisfazer o marido.
Podemos encontrar vários tipos de Oxum, tais como:

Oxum Aponda; Oxum ljimim; Oxum Yeyê Okê; Oxum Apará; Oxum Abalô; Aziri ou Tobossi; Miwá.

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Logun Edé:
Unico Orixa Adolescente Logun edé herdou força e beleza do seu Pai Oxossi, rei e caçador e da sua Mãe, a sedutora Oxum. Logun edé durante seis meses por ano vive na floresta mostra ser um caçador tão habil quanto seu Pai Oxossi, e se alimenta dos animais que abate, nos outros seis meses
logun assume forma feminina e vive nas Águas doces, como sua Mãe Oxum, alimentando-se de peixes dotado de grande beleza elegancia e poder de sedução, esse Orixá adolescente e Bissexual esta associado a fartura na caça e na pesca, e por extensão a riqueza e a fartura em todas as esferas da atividade humana.

Os filhos e filhas de Logun Edé se caracterizam pela elegância, pela beleza e pelo poder de sedução tambem costumam ser vaidosos ciumentos e de Gênio imprevisivel.

Essas ocilações de temperamento, refletem os traços contraditorios dos pais de Logun edé assim os filhos e as filhas deste Orixa, Adolecente pode ser solidarios individualistas e altivos como Oxossi ou comunicativo e sociaves como Oxum em geral alcançam o sucesso pois contam com a proteção dessas três divindades todas três associadas a fartura e a riquesa. 

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Yemanja:É um ícone muito importante para o povo Nagô. Ela é para eles representada como uma linda mulher que aparece com os seios descobertos, simbolizando a maternidade espiritual. No culto afro-brasileiro é uma das mais lendárias entidades.
O mito da água de maior aceitação é Yemanja, cultuada com grandes festas públicas, em especial nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju e Porto Alegre.
Há varias anos o ritual se repete nas praias do Rio de Janeiro. Milhares de pessoas se reúnem para homenagear a rainha do mar. Na festa do ano que se inicia, os fiéis levam oferendas a deusa em troca de terem seus pedidos atendidos.
Pó de arroz, flores, jóias, perfumes, manjar, mel... tudo é valido para agrada a rainha que enche de graça os filhos seus não há dúvidas de que esta é a maior festa oferecida a Yemanja, embora na Umbanda o dia consagrado em homenagem a ela seja, no Rio de Janeiro, oito de Dezembro e, na Bahia, dois de Fevereiro.
Nas comemorações de Yemanja se ofertam nas ondas do mar pequenos barcos enfeitados com fitas nas cores azul e branca, junto com flores brancas, águas de cheiro, pó de arroz, pente e espelho.
Os devotos deve colocar os presentes na sétima onda do mar quando Yemanja aceita e recebe a oferenda nas regiões de beira-mar, os atabaques de angola louvam e invocam Yemanja, a Rainha do mar.
Nos Candomblés Yemanja aparece vestida com suas cores rituais, que são o azul, rosa e branco. Leva na mão o abebê (leque de metal prateado), e o obé. Na cabeça, tem um adê de franjas de contas cobrindo-lhe o rosto. as contas brancas e transparentes formam sua guia (colar). As pulseiras são de alumínio ou qualquer outro metal branco.
No sincretismo religioso, temos Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Carmo, todas elas personificando a mãe d’agua.
Como curiosidade, verifica-se que Yemanja e lembrada e cultuada a todo momento na Bahia, cujo mar lhe pertence.

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Obaluaê:
O Deus da cura. Rei dos espíritos do mundo material, Obaluaê detém os mistérios da Saúde e da doença, da morte e do renascimento seu nome significa “Rei dos Espíritos do Mundo Material”. 
Clara Referencia do poder desse Orixá – Obaluaê é o Deus do mistério, inspira medo e respeito ele esconde seu rosto sobre um vestimento de Palha-da-costa material ligado aos ritos da morte e do sobrenatural.
Sobe a palha – Obaluaê se isola e oculta os segredos da morte e do renascimento da doença e cura.

Ele pode desencadear a varíola e outras epidemias mais também é o Deus da cura carinhosamente chamado de “médico dos pobres”.
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Nana, da terra e da água:
Nana é a mais velha das esposas de Oxalá, Nana é a deusa dos Pântanos e da lama, a mistura de água e terra de onde se originou a vida.
Deusa da felicidade, da vida e da morte.
Ela é chamada carinhosamente de “Vovó”, numa referência á sua ternura com as crianças e á sua antiguidade. De fato, em algumas historias do Daomé, sua terra natal, Nanã (ou Nanamburucu) aparece como criadora do mundo, no nível de Oxalá ou mesmo de Olorum, o céu.
No candomblé, Nanã é esposa de Oxalá.
Seu suporte é a lama, a mistura de água e de terra de onde surgiu a vida.
Esta ligada a riqueza, a fertilidade – e também á morte e ao renascimento, pois a terra alimenta os homens e depois os recolhe no seu seio.

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Exu:
Dinâmico como a própria vida. Associado a sexualidade Exu é o mensageiro que liga o mundo dos homens, a dimensão dos Orixás Exu o primeiro dos filhos de Oxalá irreverente Exu representa a energia dinâmica de cada ser vivo, associada a sexualidade e a multiplicação, ele é também o mensageiro dos
Deuses, O Senhor dos caminhos e das oferendas, uma historia do candomblé.

Conta que certa vez Exu devorou tudo que existia no mundo e depois restituiu tudo multiplicado.
E por isso que ele é o primeiro a receber oferenda:
Para que as leve aos Orixás e depois as devolva ao mundo dos homens, multiplicadas, sobe a forma do axé, ou seja, da energia vital do dinamismo e da expansão..