terça-feira, 7 de agosto de 2012

Okó


Divindade da agricultura , ligado a colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra . Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época em que os escravos aqui chegaram, não deram muita importância a este Orixá, considerando como Orixá da agricultura, em seu lugar , Ogum , e dos grãos Obaluaê.
Quando manifesta-se leva um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores , traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade , é confundido com Oxalá, pois veste-se de branco. Seu Opaxorô, no Brasil, é confeccionado em madeira . Sendo um Orixá raro , tem poucas qualidades conhecidas .
Sacrificam angolas macho, tudo com mel, pois não se usa dendê para esse Orixá. Come cabritos brancos, novos de chifres virados, ou galos brancos com esporão grande, além de pombos brancos.
As comidas devem ser brancas como: acaçá de Oxalá, inhame cozido em fatias com mel, canjica branca também com mel.

QUALIDADES
- ETEKÒ
Caminha com Oxaguiã, é inquieto . Vive nas matas e come todo tipo de comida branca.
- LEJUGBÉ
É muito confundido com Oxalá por ser muito vagaroso e indeciso . Muito chegado a Airá . Come com Iemanjá e Oxalufã. Come , também , todo tipo de comidas branca .
Okô era filho de Iemanjá e Obatalá. Quando o mundo foi criado, ainda não existia nada plantado. Aqui morava um homem que nada fazia. Este homem se chamava Okô,  nome que ele tinha recebido do grande criador. Um dia, Olorum chamou este velho e lhe disse:
- Olha, eu criei o mundo, porém, faltam as plantações, e eu não sei com fazê-las, como plantar. Você vai ser incumbido desta tarefa.
Oko ficou sentado no chão, pensando: Que grande incumbência Olorum me deu! O que eu vou fazer? Pensou, pensou, e aí se lembrou de que nas suas andanças pelas estradas tinha encontrado uma palmeira, e que embaixo dessa palmeira  tinha um molequinho. Esse moleque era muito sapeca e muito sagaz, com um corpo bem reluzente. Ele estava sempre com um pedaço de pau mexendo na terra.
Okô se lembrou de que um dia ele perguntou a esse rapazinho: -Que estás a fazer?
E o rapaz lhe respondeu: Você não sabe que a terra mexida e plantada dá frutos?
- Plantada como? – perguntou Okô.
- É… A gente arruma semente, e tudo isso…
- Como arruma semente, se ainda não existe arvore, não existe nada? – interrompeu Okô.
O molequinho lhe disse: – Olhe que prá Olorum nada é difícil! Okô ficou admirado com as palavras daqueles molequinho. Quando Olorum lhe deu essa empreitada, ele logo se lembrou do molequinho. Voltou ao mesmo lugar e encontrou o molequinho sentado embaixo da palmeira, cavando terra. O buraco já estava maior, e daquele buraco já estava saindo uma terra mais avermelhada. Okô perguntou ao menino: – Porque esta terra está saindo mais vermelha?- É sinal de que algo de diferente existe nas profundezas da terra.
- Você vê que eu estou cavando e aqui em cima a terra é mais seca; agora, esta outra parte, é mais molhada, e agora já está saindo uma parte mais densa, mais dura – respondeu o menino, mostrando a terra a Okô.
- Continue a cavar – falou Okô.
Mas enquanto o menino estava cavando, a madeirazinha que ele estava usando quebrou.
Ele aí pelejou, esfregou no chão, e fez uma ponta na madeira. O menino estava descobrindo naquele momento uma ferramenta na hora em que ele raspou a madeira no chão. E com ela ele recomeçou a cavar, juntos e tiraram uma lasca dessa terra, que era a pedra. Okô disse:- Vamos fazer algo para a gente cavar a terra. Vamos ver se conseguimos qualquer coisa com aquela lasca de pedra. O molequinho continuou a trabalhar e Okô lhe disse:
- Eu vou me embora, você veja se sozinho consegue pensar em algo mais útil para nós trabalharmos. Foi andando e pensando pelo caminho. No outro dia quando Okô voltou, o molequinho estava com o fogo aceso e com vários pedaços daquela pedra de fogo.  Quando o moleque fez aquele fogo, ele fez também um canal saindo de dentro do fogo.
As tais pedras iam  derretendo e escorrendo, enquanto o menino ia formando lâminas. Assim foi criado o ferro.  Esse molequinho era Ogum, o criador do ferro. Daí em diante, Orixá Okô o grande  plantador, com suas idéias sobre plantação, colheita e lavoura, e Ogum, com as suas ferramentas para ajudar a cavar a terra, o arado, o machado, a foice e a enxada, continuaram a trabalhar juntos nas plantações que têm grande importância na criação do mundo.

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