domingo, 14 de julho de 2013

O OVO (EYIN) E SUA IMPORTÂNCIA DENTRO DO CULTO AOS ÒRÌSÀ

Existem vários ITAN dos Tratados de IFÁ relatando a grande importância do EYIN.
Um deles conta que OLÓDÙMARÈ estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 ovos”.
Com o 1º ovo, deu origem a ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, surgindo na explosão da luz, sem forma, assim ÒÒSÀÀLÁ surgiu no mundo.

Com o 2º ovo, deu origem a ÒGÚN, a forma.

Com o 3º, deu origem a OBALÚWÀIYÉ, a estrutura.

O 4º ovo acidentalmente cai de suas mãos, estourando-se no chão e revelando sua riqueza.
Originou-se assim, a primeira Mãe ancestral chamada ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, expondo o segredo de sua riqueza para o grande PAI, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade sobrenatural, exposto a olho nu, diante do Deus Supremo, nascendo assim a fonte mantenedora da vida.

O Ovo possui três diferentes cores, associado às cores principais e primordiais do universo:
- o ovo de casca azul, representando a cor preta DÚDÚ relacionada com a escuridão (a falta de luz nas profundezas da terra e dos mares).

- O ovo de casca branca, relacionada a explosão da luz.

- O ovo de casca vermelha, relacionada ao ÀSE = fogo mantenedor da fertilidade totalmente relacionado ao poder astral.
Seu conteúdo possui diversas características e a maioria das vezes, é branco, frágil e oval; dele nasce um novo ser associado à idéia de que o universo surgiu primordialmente dele próprio, na forma de um protótipo do mundo, como um filho de asas negras = ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ,
que foi cortejada pelo FUN FUN (branco) = ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ.
O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais, chamada macro-gameta ou seja, rudimento de um novo ser organizado e primeiro produto do encontro dos dois sexos, pelos quais desenvolve a possibilidade de existência do feto.
Origem e princípio, uma imagem viva do grande mundo (O Universo), em oposição ao microcosmo (o homem).

O Ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes:
A 1ª parte é a casca, que representa o útero (invólucro mítico).
A 2ª parte é a membrana interna, que representa a bolsa, placenta uterina (parede defensora).
A 3ª parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas que representa o útero.
A 4ª parte é a gema amarela, parte intima central e globular, suscetível de reproduzir, a qual representa o feto, um novo ser esta sendo gerado, preparado para nascer e atuar no que for necessário.

O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Africana, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Hindu, Hebraica e demais.
A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de ÈSÙ, motivo pelo qual, tanto o ovo, quanto ÈSÙ desempenham uma função importantíssima no CULTO aos ÒRÌSÁ, principalmente no culto de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÒSUN, YEWÀ, OYA, OBALÚWÀIYÉ.
Confirmando uma total conexão com a fertilidade, magias para o amor, purificando e quebrando forças maléficas.
A gema, sangue germinal unida à clara vamos ter nutrientes e hidratação, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo; plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos nossos rituais, a mesma idéia de união do casal universal OBÀTÁLÁ e YEMOWO.
Mas no contexto do ovo acontece mais rapidamente, não existindo nenhum tipo de vínculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical.

Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso OLÓDÙMARÈ, que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave.

Por isso, o ovo é um elemento originado diretamente pelo Criador, o símbolo mais importante que representa o poder de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, Mãe Ancestral, que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, o qual faz do ovo um elemento de muito ÀSE (poder realizador).

O ovo é utilizado amplamente em vários rituais dos nossos preceitos, que depois de encantados com os OFÒ, ORÍKÌ ou GBÀDÚRÁ; tem a finalidade de neutralizar o mal, as energias negativas e purificar o ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON.
Sendo um elemento de manipulação, atua como agente de purificação nos EBO entes da INICIAÇÃO dos OMO ÒRÌSÀ KON; melhora assim o ORÍ que ira receber as oferendas do EBORÍ; para que o nosso ÒRÌSÀ ORÍ que é a central de ligação entre o nosso corpo com o nosso ÒRÌSÀ ÈLÉÈDÁ esteja em perfeita harmonia; é o caminho para podermos superar os obstáculos em nossa vida, para que esta possa estar em harmonia e energeticamente positiva.

O ovo também é utilizado com a finalidade de se obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nos negócios e serenidade em certas situações.

O ovo cozido é utilizado inteiro sobre os EBO ( oferendas) para os ÒRÌSÀ.

Quando cozido e esfarinhado e misturado ao EKURU também esfarinhado, é espalhado sobre o solo da casa dos ÒRÌSÀ, tendo a finalidade de agradar as ÁJÈ ( feiticeiras astrais), neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual.
As ÁJÈ, sob o domínio de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÈSÚ e OBALÚWÀIYÉ, propiciarão abundancia e prosperidade para a Casa Templo.
O ovo cru quando utilizado inteiro em oferendas, tem a função de tranqüilizar e acalmar.
Por isso é comum vermos muitos ovos crus colocados nos pés de certos OJÙBÓ (assentamentos dos ÒRÌSÀ).
A finalidade será de atrair abundância e proteção, fazendo com que todos os ÒRÌSÀ compreendam perfeitamente que o EBO é uma suplica, e, dependendo da força energética e essência de cada ÒRÌSÀ, esta não só atuará no tocante a fertilidade mais também proporcionara dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida.

Já quando quebrados diretamente na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% de qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa.

Quando em um EBO, ovos crus são atirados no chão ou quebrados em cima do corpo de uma pessoa, que vulgarmente este ato é chamado de descarrego; terá a finalidade fazer uma modificação nos caminhos desta, tirando as dificuldades da vida da pessoa ou qualquer força energética negativa.

Ao ser quebrado, ele revela sua riqueza e seu poder; pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, em uma substituição ou troca, que acabará com o problema que aflige a pessoa, possibilitando o fim uma situação negativa.

Por este motivo é que o ovo cru deve ser quebrado, principalmente no ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON, em uma preparação do ORÍ, que logo depois irá receber os outros elementos que fazem parte para a veiculação e transmissão do poder do Àse.
Começando primeiramente pelo ÈJÈ DÚDÚ o ÀGBO, em seguida o ÈJÈ PUPA das aves ou quadrúpedes, e, finalmente o ÈJÈ FUNFUN do ÌGBÍN, colocado por cima de tudo; purificando e possibilitando a existência e a veiculação e transmissão do ÀSE.
Com a união dos três sangues primordiais, após ter sido purificada com o ovo cru, possibilita assim a pessoa a obter sorte, dinheiro, felicidade, prosperidade, saúde, tranqüilidade e paz.

Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome das ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ é respeitosamente citado e reverenciado, porque, qualquer que seja o ovo, este lhe pertencerá, como relata vários ITAN dos Tratados de IFÁ – Corpo Literário de IFÁ

Quebrar um ovo na rua atirando ao chão pela manhã, por três ou sete dias consecutivos, chamando por ELÉGÁRA e ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, e espargindo dendê por cima do ovo, é um simples e poderoso ritual do Culto a ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ; com a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo, acalmando qualquer energia desfavorável no caminho de uma pessoa.

O OVO DE PATA-PÉPÉYE

O “Ovo de pata” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú.

A utilização do ovo de pata cru é essencial em certos rituais, tendo como finalidade quebrar as forças da morte, das doenças e das perdas.

Quando cozido e esfarinhado, é utilizado como agente purificador, quando é passado pelo corpo de uma pessoa em EBO de EGÚNGÚN ou ONÍLÈ.
Com casca e seco ao sol, transformado em pó, é utilizado no IGBÁ-Orí e assentamentos de ÒRÌSÀ que tenham relação com Ikú.
“Ovo de pata cru:” enfraquece a força da morte, doenças graves e perdas.
Assim, o ovo de pata pode ser utilizado nos EBO IKÚ, tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental.

OVO DE GALINHA – ABO ADIE

Ovo de galinha cru: purifica e tranqüiliza.
Ovo de galinha cozido: tira doenças.
Ovo de galinha esfarinhado: neutraliza negatividade do ambiente, atrai prosperidade e abundância.

OVO DE CODORNA
Ovo de codorna: Neutraliza feitiços.

OVO DE GALINHA D’ ANGOLA- ETÙ
Ovo de D’ Angola: traz dinheiro, sorte, prosperidade, riqueza e sucesso nos negócios.

OVO DE POMBA-EYELÉ
Ovo de pomba: traz tranqüilidade e fertilidade.

COMO IDENTIFICAR UM KIUMBA INCORPORADO?

O que infelizmente observamos na mediunidade de muitos é a abertura para a atuação dos verdadeiros kiumbas, se fazendo passar por Exus, Pombas Gira ou mesmo Guias Espirituais, trazendo desgraças na vida do médium e de todos que dele se acercam. Notem bem, que um quiumba, ser trevoso e inteligente, somente atuará na vida de alguém, se esta pessoa for concomitante com ele, em seus atos e em sua vida. Os afins se atraem. O médium disciplinado, doutrinado e evangelizado, jamais será repasto vivo dessas entidades. Lembre-se que o astral superior é sabedor e permite esse tipo de atuação e vibração para que o médium acorde e reavalie seus erros, voltado à linha justa de seu equilíbrio e iniciação.

Por isso vemos, infelizmente, em muitos médiuns, esses irmãos do baixo astral incorporados, mas é fácil identificá-los. Vamos lá:

· Pelo modo de se portarem: são levianos, indecorosos, jocosos, pedantes, ignorantes, maledicentes, fofoqueiros e sem classe nenhuma;

· Quando incorporados: machões, deformados, manquitolas, carrancudos, sem educação, com esgares horrorosos e geralmente olhos esbugalhados.

Muitos se portam com total falta de higiene, babando, rosnando, se arrastando pelo chão, comendo carnes cruas, pimentas, ingerindo grandes quantidades de bebidas alcoólicas, fumando feito um desesperado, ameaçando a tudo e a todos. Geralmente (homens) ficam com o peito desnudo (isso quando não tiram à roupa toda); alguns utilizam imensos garfos pretos nas mãos, e mulheres totalmente desnudas.

· Nesses ambientes, as consultas são exclusivamente efetuadas para casos amorosos, políticos, empregatícios, malandragem, castigar o vizinho, algum familiar, um ex-amigo, o patrão, etc. Os atendimentos são preferenciais, dando uma grande atenção aos marginais, traficantes, sonegadores, estelionatários, odiosos, invejosos, pedantes, malandros, alcoólatras, drogados, etc., sempre incentivando, e dando guarida a tais indivíduos, procedendo a “fechamento de corpos”, distribuindo “patuás e guias” a fim de protegê-los. Com certeza, neste ambiente estará um kiumba como mentor.

· Certamente será um kiumba, quando este pedir o nome de algum desafeto para formular alguma feitiçaria para derrubá-lo.

· Os kiumbas costumam convencer as pessoas de que são portadoras de demandas, magias negras, feitiçarias, olhos gordos, invejas, etc. inexistentes, sempre dando nome aos bois, ou seja, identificando o feitor da magia negra, geralmente um inocente, para que a pessoa fique com raiva ou ódio, e faça um contra feitiço, a fim de pretender atingir o inocente para derrubá-lo. Agindo assim, matam dois coelhos com uma cajadada só: afundam ainda mais o consulente incauto que irá criar uma condição de antipatia pelo pretenso feitor da magia, e pelo inocente que pretendem prejudicar.

· Os kiumbas fazem de um tudo para acabar com um casamento, um namoro, uma família, incitando as fofocas, desuniões e magias negras.